terça-feira, 28 de agosto de 2007

Bibliografia de Eric Hobsbawn

Bibliografia de Eric Hobsbawn
Proveniente de família judia, Eric Hobsbawn nasceu em 09 de junho de 1917 em Alexandria, no Egito। Filho do comerciante e boxeador amador Leopold P। Hobsbawm e de Nelly Grün, passou boa parte da sua infância entre a Áustria e Alemanha, de onde fugiu em 1933 para a Inglaterra devido ao início da perseguição nazista.

No ano de 1936, informa Roschel (2004) que Eric Hobsbawn ingressou no Partido Comunista, nessa época ele estuda no King''s College, em Cambridge, onde ficou até 1939. Em 1943, casou-se com a militante comunista Muriel Seaman, de quem se divorciaria em 1951. Em 1946, passou a integrar a seção de historiadores no PC, junto de nomes como E.P. Thompson e Christopher Hill.

Em 1947, Hobsbawn voltou para Cambridge para obter o título de PhD, depois, foi fellow no King''s College (entre 1949 e 1955). Hobsbawm foi, em 1952, co-fundador da influente revista de história "Past & Present" (Passado & Presente). Dois anos depois, visitou pela primeira vez a União Soviética, onde notou uma "desapontadora ausência de intelectuais". (ROSCHEL, 2004, p.01)

Em 1959, Hobsbawn publicou Rebeldes Primitivos, livro que fala dos movimentos camponeses ditos "primitivos" de resistência e protesto antimoderno (anticapitalista).

No ano seguinte, Hobsbawm tornou-se professor visitante da Stanford University. Em 1962, publica A Era das Revoluções (1789-1848). De acordo com Roschel (2004), este livro é o primeiro de uma quadrilogia formada por A Era das Revoluções, continuada com A Era do Capital (1848-1875) e A Era dos Impérios (1875-1914) e encerrada, em 1994, com A Era dos Extremos (1914-1991).

Ainda nesse mesmo ano, Hobsbawm casou-se com a professora de música Marlene Schwarz, com quem teve dois filhos. Cinco anos mais tarde, Hobsbawm é contratado como professor visitante do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Em 1968, ela fez suas primeiras críticas severas à invasão soviética da Tchecoslováquia.

Em 1969, ele publicou sua célebre tese sob o título de Bandidos. Neste livro o historiador mostra que alguns chefes de bandos tinham consciência sociopolítica embrionária. Este livro é uma excelente ferramenta para melhor se compreender os cangaceiros brasileiros. É sabido que a palavra cangaceiro vem do tempo escravocratas da história brasileira. Nessa época, os negros fugitivos, quando capturados, eram submetidos à tortura em um instrumento conhecido por canga. A partir daí, principalmente no norte do país, todo marginalizado social que se revoltava era chamado de cangaceiro. (ROSCHEL, 2004, p.02).

Em 1971, Hobsbawm trabalhou como professor visitante da Universidade Nacional Autónoma de México (Unam). Dois anos mais tarde ele publica Revolucionários. Em 1975, publicou A Era do Capital. Alguns anos mais tarde, mais precisamente em 1982, trabalhou como professor visitante do Collége de France, em Paris. Depois, em 1984, foi professor visitante da New School for Social Research, em Nova York (EUA). Hobsbawm trabalhou em Nova York até 1997.

Destaca Roschel (2004) que no ano de 1984, saíram no Brasil as primeiras traduções dos três primeiros números da série História do Marxismo, organizada por Hobsbawm.

Em 1987 Hobsbawm publicou A Era dos Impérios e tornou-se membro do Comitê Scientifique auprès du Ministère de l''Education Nationale, na França. Em 1994, publica, no Brasil, o livro Era dos Extremos (Cia. das Letras) e com isso completa a sua famosa quadrilogia.

No ano seguinte, convidado pela Folha de S.Paulo, editora Companhia das Letras e Diners Club, Hobsbawm fez uma visita ao Brasil. Passou alguns dias na cidade de Parati (RJ) e depois fez uma palestra no Masp No dia 9 de dezembro de 1997, Hobsbawm foi o mediador do debate sobre a questão social do Brasil, no último dia da conferência "Brasil: Rumo ao Século 21", no Centro de Estudos Brasileiros, em Oxford, na Inglaterra.

Em 2000, Hobsbawm publicou o livro O Novo Século. Dois anos mais tarde saí a sua a autobiografia, intitulada Tempos Interessantes.
No dia 1º de agosto de 2003, Hobsbawm falou a respeito do novo império norte-americano na Festa Literária de Parati, no Rio de Janeiro.

Segundo Gebara (2003), Eric Hobsbawn foi reconhecido como um dos intelectuais mais influentes da segunda metade do século XX, Hobsbawn foi co-fundador da revista Past and Present e autor de uma vasta e abrangente produção acadêmica, escrevendo sobre variados temas, desde revoltas e rebeliões de camponeses e trabalhadores ingleses no século XVIII até uma obra sobre história social do jazz.

Apesar da variedade de assuntos que tratou, o intelectual manteve-se coerente com uma linha de interpretação histórica marxista durante toda sua vida. Sua atuação também ultrapassou as fronteiras da academia, tendo sido militante do partido comunista inglês durante décadas e permanecido ligado à ele mesmo após a dissidência de uma série de historiadores ingleses em 1956, devido a discordâncias com a política stalinista. (GEBARA, 2003, p.54)
Considerado um dos mais importantes historiadores atuais, Hobsbawm, além de velho militante de esquerda, continua utilizando o método marxista para análise da história, sempre a partir do princípio da luta de classes, defendendo até hoje seu compromisso com o comunismo .

Um comentário:

Unknown disse...

Estava procurando saber um pouco sobre Hobsbawn para começar a ler e me deparei com seu texto. Sucinto, preciso; e mostra a linha de pensamento que encontraremos nas obras do autor. Obrigado.